quarta-feira, 23 de junho de 2010

'Para viajar, basta existir'



O enredo gira em torno da busca por uma ilha que não consta em nenhum mapa. Por trás do relato das personagens, outra busca fundamental: o que sabemos e de que maneira lidamos com o desconhecido? Uma adaptação do livro "O conto da ilha desconhecida", do escritor português José Saramago, o espetáculo de mesmo nome, encenado pelo grupo Teatro Kabana, conta a história de um homem, que, depois de muita insistência, consegue de um rei a embarcação para procurar uma ilha, até então não descoberta. Utilizando bonecos feitos de cabaças, música ao vivo e teatro de sombra, a peça, que acontece neste fim de semana no Teatro Oi Futuro (veja roteiro), faz parte da 11ª edição do Festival Internacional de Teatro de Bonecos e envolve o público em uma cumplicidade com os atores, mesclando fantasia e imaginação.

"Para as crianças, o espetáculo é uma aventura. Para os adultos, uma metáfora", conta Nélida Prado, atriz. A história, segundo ela, é simples: uma fábula que expressa o desejo do homem, a vontade de se conhecer. "Isso é feito através dessa parábola de não apenas querer conhecer uma ilha, mas fazer uma busca sobre si mesmo", esclarece. Nélida afirma que conhecer, explorar, afastar do convívio, ver melhor a partir de um outro ângulo são ideias que resumem a metáfora do espetáculo: "...para viajar, basta existir", já dizia Fernando Pessoa. Onde a busca da ilha seria uma busca interior? Por que buscamos, a maioria das vezes, sem entender bem o quê? A busca faz parte da condição do ser humano. Com quatro intérpretes, unindo a musicalidade à encenação, as personagens insistem na busca e encontram o que procuram.

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