terça-feira, 14 de setembro de 2010

Troca de Olhares




Fúlvio Stefanini e Rodrigo Lombardi encenam diálogo
em “A Grande Volta”, no Sesiminas



Um homem batalhador e persistente. Assim se define o ator Rodrigo Lombardi, que, juntamente com Fúlvio Stefanini, vem à capital mineira, no próximo fim de semana, para apresentação de curta temporada da peça “A Grande Volta”, no Teatro Sesiminas.

O enredo é simples: busca levantar questões sobre as relações humanas, através da discussão entre pai e filho. “Na peça, ambos discutem seus ideais e, por todas as diferenças e pelo abismo existente entre os dois, vão preenchendo um espaço há muito tempo esquecido: a troca de olhar. Essa é a relação mais íntima entre duas pessoas”, ressalta o ator, que, depois de atuar em “Caminho das Índias”, no ano passado, interpreta o Mauro, na novela “Passione”, exibida atualmente pela Rede Globo.

No palco, o momento não é dos melhores para o publicitário Henrique (Rodrigo): ele acaba de perder o emprego, sua esposa o abandonou levando o filho pequeno e, como se não bastasse, seu pai Boris (Fúlvio), sem nenhuma consulta prévia, mudou-se para sua casa. Ultrapassado, Boris, há muito tempo distante dos palcos, é convocado para viver um personagem clássico: o Rei Lear, de Shakespeare.

A peça de Serge Kribus, tocante, explora as questões de identidade e nos leva à reflexão. Nós somos o que somos, porém somos, também, aquilo que os nossos pais nos ensinaram.


Drama e humor ao mesmo tempo


De acordo com Rodrigo Lombardi, a comédia da peça se dá pelo patético dessa relação “pai e filho”. “Ao se identificar, a plateia ri. Não um riso escancarado, mas, sim, de libertação”. A ideia é que a risada desfaça o nó na garganta criado pelos pequenos acontecimentos que ‘engolimos’ em nosso dia a dia. “Por serem coisas tão comuns, guardamos para nós mesmos”, confessa.

Nos palcos e nas telas, Rodrigo pretende descansar um pouco, após as gravações. “Ralo muito para chegar onde quero. Fiz muito teatro para poder fazer TV; e fiz TV para poder fazer teatro de qualidade”, conta. De segunda a quinta, o ator fica por conta da novela. De sexta a domingo, a peça e os ensaios tomam o seu tempo. “Os ensaios são necessários, pois a peça é sobre detalhes. Nosso tempo não nos deixa perceber os pequenos detalhes da vida, que enriquecem a nossa alma”, esclarece o protagonista de uma história que discorre sobre o amor, comprometimento, medo, solidão, sonhos e falhas.


Parceria


“Difícil falar de um ídolo, as palavras ficam pequenas”, diz Rodrigo a respeito de Fúlvio Stefanini. “Temos uma química muito forte em cena, o que me deixa muito feliz. Saber que posso lhe dirigir a palavra em cena e sentir que a peça flui, me dá uma sensação de bem-estar tremenda”.
Além disso, o ator acredita que Minas será como um teste para os dois, uma oportunidade para que seja discutida a vida. “Tudo isso por meio da tradução de Paulo Autran, ótima direção de Marco Ricca, brilhante atuação de Fúlvio e um Rodrigo Lombardi... tentando alguma coisa!”, brinca.



A Grande Volta

Dir. Marco Ricca. A peça retrata a relação entre pai e filho e as questões de identidade delas decorrente.
Teatro Sesiminas (r. Padre Marinho, 60, Santa Efigênia, 3241-7181). Às 21h. R$70 (inteira). Até 26/9.

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